A Secretaria de Saúde do Estado (SES) registra, até o momento, um total de 9 mortes por
meningite no estado. A doença, que preocupa, em especial, pais e professores, já
que é mais comum (e perigosa) em crianças, já se manifestou 122 vezes em
Pernambuco. Destas, 33 ocorrências foram causados por bactérias, a chamada
meningite meningocócica, enquanto outras 89 foram virais, a versão mais branda
da meningite. Apesar do alto número, ainda não está sendo considerada a
possibilidade de surto, já que a disseminação da enfermidade se encontra dentro
do limite esperado. No entanto, é necessário atenção para a doença, já que,
historicamente, nos meses entre maio e agosto é verificado o maior número de
infecções.
Os óbitos foram verificados nas cidades do
Recife (4), Moreno, Escada, Joaquim Nabuco, Glória do Goitá e Jataúba, desde o
início do ano. O número é superior ao do ano passado, quando, até junho, foram
verificados 32 casos de meningite meningocócica, que resultaram em 4 mortes. No
caso da versão viral, não há registro de morte desde o ano passado e o número é
mais modesto: 549, em 2010, e 89, de janeiro a junho deste ano. A principal
diferença da infecção é a gravidade do quadro que pode ser gerada com o
problema. A verificação só pode ser realizada por um médico, depois de colher
líquido da espinha, na região lombar ou na nuca (em caso de presença de pus
cristalino, normalmente há a presença da bactéria).
Segundo a Diretora de Controle de Doenças e
Agravos, Rosilene Hans, essa forma da doença é mais comum no inverno e por,
isso, durante os próximos meses, a atenção para conter o avanço das infecções
será dobrado. "Já estamos fazendo a prevenção de todos que tiveram contato
direto com os pacientes com a rifanpicina, substância que só funciona para
evitar a doença nesses casos. Além disso, incentivamos os pais a vacinarem suas
crianças, com menos de dois anos, contra o pneumococo, o que pode ser feito em
qualquer posto de saúde, o ano inteiro", ensina.
Só quem já passou pela doença sabe, de fato, o
quão necessário se faz a proteção. A contadora Lívia Vilar, de 24 anos, teve
meningite viral aos 7, mas ainda hoje lembra dos maus momentos enfrentados e,
por isso, procura conversar sempre com a irmã, Letícia, de 14 anos, sobre formas
de evitar a doença que tanto assustou a família. "É horrível. Você não consegue
movimentar o pescoço, a cabeça dói profundamente e ainda sofre com vômitos a
noite inteira. Passei dois dias internada e não quero que ela passe por isso",
afirma.
A principal forma de proteção é mesmo a vacina
pneumocócica conjugada 7-valente, que também pode ser aplicada em adultos e
também protege contra a pneumonia. A dose, no entanto, para cidadãos com mais de
2 anos, só é aplicada na rede privada, com custos que variam de R$ 130 a R$ 300
(em alguns casos, são necessárias até 3 doses para a imunização). No entanto,
medidas simples como evitar lugares com grandes aglomerações, garantir que o
ambiente tenha ventilação constante e lavar sempre as mãos pode fazer a
diferença e evitar a contaminação.
Contaminação: O contágio é feito por
meio de contato direto, normalmente oral, quando há exposição a secreções como
saliva, tosse ou espirro. No entanto, a bactéria ou vírus não resistem por muito
tempo, uma vez expelido.
Pega: Beijo, compartilhar talheres sem
higienização, aperto de mão (caso o doente tenha espirrado ou tossido pouco
tempo antes), contato com o vômito.
Não pega: Estar no mesmo ambiente (casa,
sala de aula) sem contato direto com o paciente, toque, pelo ar, usar os mesmos
objetos.
Fonte: SES
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