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09 Jun 2011 04:06 AM PDT
Em 2011, a campanha de vacinação contra a
poliomielite terá uma novidade. No início da primeira etapa, em 18 de junho,
além das duas gotinhas contra a paralisia infantil, municípios de oitos estados
também vão vacinar crianças contra sarampo: São Paulo, Minas Gerais, Rio de
Janeiro, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Bahia, Ceará e Alagoas.
“Vacinando as crianças, ampliamos a
cobertura vacinal do país contra essas duas doenças, paralisia infantil e
sarampo, que ainda ocorrem de maneira importante em diversos países”,
ressaltou o ministro da Saúde. Nos municípios desses estados, todas as crianças
entre um ano e menores de sete anos (6 anos, 11 meses e 29 dias) devem se
vacinar contra o sarampo – mesmo que já tenham sido vacinadas antes.
A partir do dia 15 de junho, será veiculado um
comunicado sobre a vacinação do sarampo, em televisões e rádios de SP, MG, RJ,
RS, PE, BA, CE e AL. “A gente quer proteger as crianças dos casos que possam vir
de fora do Brasil. No nosso país, hoje, muita gente viaja, por exemplo, daqui
para a Europa e da Europa para cá. Este ano, tivemos 11 casos de brasileiros que
vieram de fora e começaram a apresentar sintomas e foram diagnosticados aqui, no
Brasil. Quando a gente vacina em massa um grupo grande de crianças, garante
primeiro mais pessoas protegidas para situações como essa. Em segundo lugar,
garante que uma criança que não tem a vacinação atualizada, possa tomar sua
vacina”, disse Padilha.
Municípios das demais unidades da federação vão
vacinar as crianças dessa faixa etária contra o sarampo no dia 13 de agosto
(começo da segunda etapa de vacinação contra a pólio). Nos 18 estados restantes
e no Distrito Federal, o comunicado em rádio e tevê começa a ser veiculado em
agosto.
Esta vacinação contra o sarampo é chamada
“campanha de seguimento” e costuma ocorrer em intervalos de três a cinco anos,
para reforçar a proteção das crianças contra a doença e manter o Brasil sem
transmissão disseminada do vírus do sarampo (leia mais abaixo). A última
“campanha de seguimento” ocorreu em 2004 e outra estava prevista para 2009, mas
não aconteceu por conta da pandemia de gripe H1N1; nem ocorreu em 2010 por conta
da vacinação contra a influenza pandêmica.
Planejada para 2011, a “campanha de seguimento”
do sarampo aconteceria, em todo o país, na segunda etapa da vacinação contra a
paralisia infantil, dia 13 de agosto. Porém, um surto de sarampo na Europa, que
desde o início do ano já tem mais de 6,5 mil casos suspeitos notificados, sendo
5 mil somente na França, fez com o que o Ministério da Saúde, juntamente com
estados e municípios, antecipasse a ação em áreas prioritárias.
Com a proximidade das férias de meio de ano,
foram levados em conta três critérios para identificar os estados onde a
“campanha de seguimento” contra o sarampo será antecipada nos estados com: maior
fluxo turístico; densidade populacional, dificultando operações efetivas de
bloqueio vacinal, em caso de surtos; e em localidades com menores coberturas da
vacina tríplice viral nos últimos anos.
Assim foram identificados os estados de São
Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Bahia, Ceará
e Alagoas. Baseado nesses critérios, o Ministério da Saúde também recomendou
antecipar a vacinação no Rio Grande do Norte. Mas a Secretaria Estadual de Saúde
alegou que não teria logística para realizar a “campanha de seguimento” em 18 de
junho. Por isso, os municípios vão vacinar a população alvo na segunda etapa da
campanha contra a pólio, em 13 de agosto.
Nas duas fases da “campanha de seguimento”
contra o sarampo, a meta é vacinar 95% da população alvo, que é de 17.094.835
crianças de um ano de idade a menores de sete anos. Para as duas etapas da
vacinação, o Ministério da Saúde investiu R$ 146,7 milhões na compra e
distribuição das doses, agulhas e seringas (a vacina é injetável); e repassou
mais R$ 16,3 milhões aos estados e municípios, para organizarem a campanha nos
municípios.
Histórico do sarampo no Brasil
Em 2011, até maio, foram confirmados dez casos
de sarampo no Brasil, nos estados do Rio de Janeiro (3), Rio Grande do Sul (3),
São Paulo (1), Bahia (1), Mato Grosso do Sul (1) e no Distrito Federal (1).
Todos esses casos foram de pessoas não vacinadas, que viajaram ao exterior ou
que tiveram contato com viajantes portadores da doença. O genótipo do vírus é o
D-4, o mesmo que circula na França. Em todos os casos, foi realizada vacinação
de bloqueio, entre as pessoas que tiveram contato com os doentes.
Desde 2000, o vírus selvagem não circula
livremente no país. De 2001 a 2005, foram notificados apenas dez casos de
sarampo, dos quais quatro foram importados (Japão, Europa e Ilhas Maldivas) e
seis casos eram associados a essa importação.
Em 2006, foram 57 casos na Bahia, com fonte de
infecção desconhecida e identificação de genótipo que ainda não tinha circulado
no país. Em 2010, foram confirmados 68 casos – no Pará (3), Rio Grande do Sul
(8) e Paraíba (57) – todos importados ou associados a esses casos
importados.
O sarampo é uma doença aguda, altamente contagiosa, transmitida por vírus. Os sintomas mais comuns são febre, tosse seca, exantema (manchas avermelhadas), coriza e conjuntivite. A transmissão ocorre de pessoa a pessoa, por meio de secreções expelidas pelo doente ao tossir, falar ou respirar. O período de transmissão varia de quatro a seis dias antes do aparecimento do exantema até quatro dias após o surgimento das manchas. A vacina é o meio mais eficaz de prevenção.
Fonte: Ministério da Saúde
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