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terça-feira, 5 de junho de 2012

Trio de Garanhuns é indiciado pela morte de jovem em Olinda, PE


Polícia Civil apresentou conclusão do inquérito nesta terça-feira (5).
Mais um caso dos três suspeitos de canibalismo será remetido à Justiça.

Do G1 PE

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Delegado Osvaldo Moraes apresentou a conclusão do inquérito (Foto: Katherine Coutinho/G1)Delegado Osvaldo Moraes apresentou a conclusão
do inquérito (Foto: Katherine Coutinho/G1)
A Polícia Civil apresentou nesta terça-feira (5), no Recife, as conclusões do inquérito que investigava três suspeitos de canibalismo em Garanhuns, no Agreste de Pernambuco. Eles vão ser indiciados por três mortes: das duas mulheres cujos corpos foram encontrados em Garanhuns, Alexandra da Silva Falcão e Giselly Helena da Silva, e da jovem de 17 anos desaparecida desde 2008 em Olinda.
De acordo com o delegado Osvaldo Moraes, o caso de Garanhuns já foi remetido à Justiça. O de Olinda será encaminhado após a coletiva desta terça. "O inquérito já foi encaminhado para a Justiça, eles vão ser indiciados pelas duas mortes. Após encontrada parte da ossada lá em Rio Doce, foi encaminhado para a Polícia Científica. Hoje estamos concluindo o procedimento do crime de Olinda, que será encaminhado à Justiça após essa coletiva", explica o delegado. Em Olinda, o inquérito foi instaurado no dia 20 de abril.
Delegado Paulo Berenguer projetou páginas do diário escrito pelo suspeito (Foto: Katherine Coutinho/G1)Paulo Berenguer projetou páginas do diário
(Foto: Katherine Coutinho/G1)
O exame de DNA confirmou que os ossos encontrados na casa em Olinda eram da jovem que estava desaparecida, de acordo com o delegado Paulo Berenguer. A filha dela estava sendo criada pelos suspeitos. "Comprovadamente, aqui em Pernambuco, nós temos três vítimas", afirma Berenguer. "Eles confessam os três crimes. O da menor, em Olinda, eles negaram no começo, depois acabaram por admitir", acrescenta o delegado.
Paulo Berenguer detalhou como os suspeitos praticaram o crime em Olinda. "Usando uma certidão de nascimento da jovem morta em Olinda, a suspeita de 25 anos passou a tirar documentos como ela. Eles planejaram o homicídio antes, durante e após a execução. O suspeito se apoderou da certidão de nascimento do irmão para retirar R$ 79 mil, e depois a do outro irmão para poder tirar outro RG na Paraíba. Eles registraram a criança com outro nome na Paraíba também, a fim de apagar o rastro", explica.
A partir do diário da suspeita de 25 anos, a polícia estima que a jovem foi assassinada no dia 25 de maio de 2008. Vizinhos reconheceram a vítima como moradora da casa em Olinda a partir de uma foto apresentada pela polícia. "Eles faziam uma seita, seita imaginária, criada pelo próprio suspeito. Eles planejaram a subtração da menor, o livro prova a premeditação do caso. Ele enterrou os restos mortais da jovem em forma de crucifixo. O suspeito escreveu oito livros, mas o que interessava para nós era o 'Revelações de um esquizofrênico'", conta Berenguer.
Com relação a suspeita de que o trio comia a carne das vítimas e utilizava para rechear salgados e vender na cidade de Garanhuns, o delegado não confirma a informação. "É muito difícil a polícia confirmar a história das coxinhas, quase impossíve", diz. Paulo Berenguer também não acredita na possibilidade dos suspeitos serem portadores de doença mental. "Nós acreditamos que eles não têm nenhum problema. É muito pouco provável que os três fossem portadores da mesma debilidade. O comportamento deles [sobre o caso de Olinda] foi muito frio, convictos de que o que fizeram era correto", cita.
Perita criminal Sandra Maria dos Santos (Foto: Katherine Coutinho/G1)Perita criminal Sandra Maria dos Santos
(Foto: Katherine Coutinho/G1)
Além do exame de DNA do material biológico coletado da vítima em Olinda, a perícia trabalhou com material biológico doado pelo pai. "Recebemos fragmentos de omoplata e clavícula da vítima. Já sabíamos que não era um material fácil de extrair DNA. Os ossos estavam bem ressecados, o que dificultou a ação, mas depois conseguimos outra amostra. As falanges estavam dentro de um tijolo, foi dessas amostras que conseguimos extrair o DNA", informa a perita criminal Sandra Maria dos Santos. "Colocamos toda a tecnologia disponível hoje para se fazer o exame de DNA desse caso. Esse exame foi repetido inúmeras vezes para termos certeza de que era a vítima", complementa.
Outras vítimas
O delegado Paulo Berenguer também explica sobre outras possíveis vítimas do trio. "Em resumo, aqui em Pernambuco, sete vítimas foram verificadas. Inicialmente, houve a notícia que poderiam haver oito vítimas, sete em Pernambuco e uma na Paraíba. Em Garanhuns, foram investigados os homicídios de Alexandra da Silva Falcão e Giselly Helena da Silva, que foram realmente assassinadas. A terceira vítima fatal foi a do caso que investigamos em Olinda", comenta. Outras três supostas vítimas foram citadas em depoimentos ou a partir de documentos encontrados na residência em Garanhuns. As três foram encontradas vivas. "Uma estava sendo já recrutada e seria a próxima vítima, uma moradora de Lagoa do Ouro. Outra, estava sendo investigada pelo trio e seria também uma posível outra vítima. A identidade de um delas foi encontrada na casa em Garanhuns", explica Paulo.
O caso
O homem, de 51 anos, e as duas mulheres, de 52 e 25, viraram réus pela morte de duas de suas vítimas, em Garanhuns, de acordo com o promotor de Justiça do caso, Itapuan Vasconcelos. Segundo o representante do Ministério Público, o trio confessou mais seis mortes no inquérito, que totalizariam nove vítimas. Essas outras mortes, incluindo a da mãe da criança criada pelos suspeitos que foi apresentada nesta terça, estavam sob investigação da polícia.
De acordo com o MP, o trio responderá pelos crimes de duplo homicídio triplamente qualificado, falsidade ideológica, estelionato, ocultação de cadáver e falsificação de documentos. A denúncia foi recebida integralmente pelo juiz José Carlos Vasconcelos Filho, da 1ª Vara Criminal do município do Agreste, no dia 10 de maio, que também decretou a prisão preventiva dos réus.
O crime foi descoberto em abril deste ano, quando a polícia encontrou os corpos enterrados no quintal dos acusados, que formavam um triângulo amoroso. O homem e a mulher de 52 anos, que seriam casados, e a jovem de 25, estão presos. Ainda segundo a polícia, uma das suspeitas afirmou que vendia salgados com a carne das vítimas na região.
DNAExames de DNA, divulgados no dia 18 de maio pelo Instituto de Criminalística (IC) de Pernambuco, confirmaram que os dois corpos encontrados enterrados na casa do trio suspeito de canibalismo, em Garanhuns, no Agreste, são realmente das duas mulheres que estavam desaparecidas na cidade: Alexandra da Silva Falcão e Giselly Helena da Silva. Os exames dos restos de uma terceira possível vítima do trio, encontrados em Olinda, ainda não foram finalizados. Entretanto, de acordo a perita Sandra Santos, o IC já conseguiu identificar que os ossos são femininos.
Essa possível vítima teria sido assassinada pelo trio em 2008, antes deles irem para Garanhuns. A filha dela, de cinco anos, teria sido levada pelos suspeitos e criada com eles. No dia 16 de maio, foram divulgados os exames da DNA da menina, que comprovaram o parentesco. A informação foi confirmada pela juíza Maria Betânia Duarte Rolim, que estava respondendo cumulativamente pela Vara Regional da Infância e Juventude de Garanhuns. O avô da criança disse que iria lutar pela guarda da neta. Uma tia também estaria interessada.

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