Em parceria com o IBGE, a Pesquisa Nacional de Saúde terá exames de sangue, urina e medição da pressão arterial. O objetivo e avaliar a saúde da população
O Ministério da Saúde vai realizar pela primeira vez uma pesquisa baseada em exames laboratoriais para avaliar a saúde da população brasileira. O estudo, denominado “ Pesquisa Nacional de Saúde (PNS)” , será realizado em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a partir do próximo ano.
Além dos questionários, também farão parte da pesquisa a coleta de sangue e urina, aferição de medidas antropométricas e medição da pressão arterial. Cerca de 16 mil pessoas deverão ser submetidas aos exames, dos 80 mil domicílios pesquisados, em 1.600 municípios brasileiros.
A pesquisa faz parte do Plano de Enfrentamento das Doenças Crônicas Não-Transmissíveis (DCNT) e tem como meta produzir novas informações sobre os hábitos de alimentação, tabagismo, uso de bebidas alcoólicas, prática de atividade física e fatores associados aos comportamentos não saudáveis da população. As informações vão subsidiar as ações de combate às DCNT, responsáveis por 72% dos óbitos no Brasil. O Hospital Sírio Libanês será o responsável por contratar as coletas de sangue e urina.
“Este estudo é um dos mais completos já realizados pelo Ministério da Saúde. Teremos um leque de informações que nos permitirá uma avaliação mais ampla e um melhor planejamento das ações estratégicas e políticas públicas”, destaca o secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa. A iniciativa propõe que a PNS dê continuidade aos inquéritos do Plano Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD), realizado em 2003 e 2008. O estudo deve ser realizado a cada cinco anos.
O levantamento pretende estimar a cobertura de exames preventivos de câncer de colo de útero e mama, investigar a atenção fornecida aos doentes diagnosticados com hipertensão, diabetes e depressão, incluindo acesso a medicamentos, exames complementares de diagnóstico e continuidade nos cuidados. A PNS também deve delinear o perfil lipídico da população e dimensionar o acesso ao diagnóstico de alguns agravos crônicos (como hipertensão, diabetes, hipercolesterolemia, creatinina no sangue, dosagem de sal na urina), com base na comparação de medidas objetivas (medidas antropométricas, de pressão arterial e exames laboratoriais) e subjetivas (morbidade auto referida), além de outras investigações.
HISTÓRICO – Desde 2009, o Ministério da Saúde se reúne com pesquisadores para iniciar a elaboração da pesquisa. De 2010 a 2011, ocorreram reuniões periódicas com representantes do IBGE, onde foram estudadas experiências nacionais e internacionais, definidas a metodologia, a amostragem e outros pontos importantes. Já em 2012, ficaram fechados os questionários e a parceria com o Hospital Sírio-Libanês para a realização dos exames laboratoriais.
O Ministério da Saúde já realiza, anualmente, o Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), estudo feito por inquérito telefônico em 26 estados e no Distrito Federal. O Vigitel 2011 entrevistou 54 mil pessoas e é uma importante fonte para o desenvolvimento de políticas públicas de saúde preventiva. A Pesquisa Nacional de Saúde, portanto, servirá como aliada para agregar informações estatísticas dos hábitos de vida da população comprovadas através dos exames.
Por Samuel Bessa, da Agência Saúde –
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