O chamado "colesterol ruim" - a lipoproteína de baixa densidade, ou LDL
(Low-Density Lipoprotein) - pode não ser tão ruim quanto se tem
apregoado.
Pelo menos não quando a pessoa faz exercícios físicos
regulares.
É o que garante um novo estudo, realizado pela equipe
do Dr. Steve Riechman, pesquisador da Universidade do Texas, juntamente com
vários outros cientistas de universidades dos Estados Unidos e do
Canadá.
LDL e massa muscular
Segundo o estudo, o LDL não é o eixo do mal que se tem
feito acreditar ao longo dos últimos anos, e que novas atitudes devem ser
adotadas em relação à substância.
O estudo analisou um grupo de adultos entre 60 e 69
anos de idade, com boa saúde, e que se exercitavam regularmente, mas sem
participar de programas organizados de atividades físicas.
Os experimentos mostraram que, após sessões de treino
bastante vigorosas, os participantes que ganharam mais massa muscular também
apresentaram os níveis mais elevados de LDL (ocolesterol chamado
"ruim").
"Foi um resultado muito inesperado e que nos
surpreendeu. Ele mostra que você precisa produzir uma certa quantidade de LDL
para ganhar mais massa muscular. Não há dúvida de que você precisa dos dois -
LDL e HDL - e a verdade é, todos os tipos de colesterol são bons," afirma
Riechman.
"Você não pode simplesmente remover totalmente o colesterol 'ruim' do seu corpo, sem sofrer sérias
consequências," completa o pesquisador.
Placas de colesterol nas artérias
O colesterol é encontrado em todos os seres humanos e
é um tipo de gordura que circula pelo corpo.
O colesterol total de uma pessoa composto de LDL
(lipoproteína de baixa densidade) e HDL (lipoproteína de alta
densidade).
O LDL é rotineiramente chamado de "mau colesterol"
porque tende a se acumular nas paredes das artérias, causando uma diminuição do
fluxo de sangue que, muitas vezes, leva a ataques do coração e outras doenças
cardíacas.
Sinal de alerta
O HDL, normalmente chamado de "colesterol bom", ajuda
a remover o colesterol LDL das artérias.
"Mas é aqui que as pessoas tendem a fazer as coisas
erradas," diz Riechman. "O LDL serve a um propósito muito útil. Ele atua como um
aviso de que algo está errado e envia sinais de alerta para o corpo. Ele faz seu
trabalho exatamente da forma como se espera que ele faça."
Assim, o importante é ler o alerta emitido pelo LDL
que começa a subir e encontrar a causa, e não apenas tentar baixá-lo a qualquer
custo - geralmente a custo de medicamentos. Essas causas podem ser tabagismo,
dieta ruim ou falta de exercícios, entre outras.
"As pessoas costumam dizer, 'Eu quero me livrar do meu
colesterol ruim; mas o fato é que, se você se livrasse de todo ele, você iria
morrer," acrescenta. "Todo mundo precisa de uma certa quantidade de LDL e de HDL
no seu corpo. Nós precisamos mudar essa idéia de que o LDL é uma coisa do
demônio - todos nós precisamos dele, e precisamos que ele faça o seu
trabalho."
Sarcopenia
Riechman diz que o estudo será útil para lidar com uma
condição conhecida como sarcopenia, que é a perda muscular devido ao
envelhecimento.
Estudos anteriores mostraram que a perda muscular
atinge uma taxa de 5 por cento por década após os 40 anos de idade - uma grande
preocupação, porque a massa muscular é o principal determinante da força
física.
Após os 60 anos de idade, a prevalência de sarcopenia
moderada a severa é encontrada em cerca de 65 por cento de todos os homens e
cerca de 30 por cento de todas as mulheres.
Fonte: www.brasilsus.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário